Aos que apreciam a leitura, segue o relato de uma situação que me ocorreu no dia 17 de maio.
Vinícius J. Souza, São Paulo 17-05-2014
O relógio marcava 10h45 da manhã, estava indo de trem pra SP capital, cerca de 80 minutos a viagem , embarquei na estação de jundiaí, me sentei de costas pra um homem e seus dois filhos.
Os meninos olhavam pra fora admirados com o que viam pela janela, eu sorri, e o pai deles me disse que era a primeira vez que eles passeavam de trem, um de 8 anos e outro de 4. O menino mais velho disse oi pra mim e eu retribui com um sorriso; O pai olhou pra mim e disse que o mais velho "tinha um probleminha"
Me virei pra frente e continuei a ouvir as crianças atrás de mim
A todo momento falando "pai olha a selva," quando passávamos pelas imensas árvores que surgiam pela paisagem a fora.
Me virei pra trás e voltei a olhar as crianças com um sorriso no rosto,
disse ao pai deles que minha namorada estava grávida de 5 meses -"é uma benção " - respondeu ele - e complementou dizendo que o menino era altista.
E disse mais, os dois eram adotados
O mais velho ele adotou com 1 ano e o mais novo tinha 8 meses.
Olhei por mais uns instantes , sempre com um sorriso no rosto e foi quando passamos pelo túnel depois da estação de Botujuru , O menino altista de 8 anos, como alguém que conta uma boa nova a alguém, exclamou: "pai, que lindo esse túnel, obrigado pelo passeio de trem", levantou-se abraçou o pai e deu um beijo na testa dele. Nesse momento comecei chorar, porém, ainda com o sorriso no rosto; O pai reparou, e sorriu de volta pra mim.
Não dissemos nada um ao outro, e com vergonha, num ato pra disfarçar o choro, saquei o celular.
Sem nem se quer perguntarmos o nome um do outro, chegamos a estação de Francisco Morato, eles desembarcaram sem que eu notasse, olhei pela janela, acenei um tchau pras crianças, e fiz um sinal de 'jóia' pro pai, que naquele momento estava com lágrimas nos olhos e um sorriso enorme, acenando um 'jóia' Pra mim de volta.
